Os queijos franceses são saborosos, cheirosos e famosos, há séculos são objetos de
desejo à mesa. São amigos íntimos dos vinhos e a verdadeira harmonia entre ambos
se dá durante a refeição. E qual é a melhor combinação? Os séculos de experiência dos
franceses nos oferecem algumas indicações.
Queijos frescos ou novos de massa branca ou mole, como: Boursin, Banon, Bûche, Boucheron, Chabichou, Chevrotin, Coeur Poitevin e
Montrachet ficam bem com champanhe e vinhos brancos como o Bourgogne-Aligoté, o
Chablis e o Mâcon, todos da Borgonha. E tintos leves do Vale do Loire, como
Saumur e Anjou. Ou ainda o rosé da Provence.
- Brie e Camembert, campeões de consumo no Brasil, quando
novos se harmonizam bem com: brancos sauvignon blanc do Loire, sobretudo
Sancerre, e tintos com gamay e pinot noir. Bem maturados, já com a massa
amarelada, pedem vinhos um pouco mais encorpados, como os Côtes-du-Rhône. Outros
queijos com característica parecida: Brillat-Savarin, Coulommiers, Chaource,
Pont l´Éveque, Brie de Meaux e Brie de Nangis. Os queijos da Normandia, por
afinidade regional, são também acompanhados pela cidra, espumante de maçã.
- Queijos maturados e cremosos, como o Saint Marcellin,
Livarot, Soumaintrain e Reblochon solicitam tintos sedosos, como os malbec do
Madiran ou vinhos do Pommerol, Bordeaux.
- Queijos de massa mais firme, como Beaufort, Morbier,
Port-Salut, Maroilles, Saint Nectaire e Comté se dão bem com brancos de boa
estrutura, com chardonnay, e tintos medianamente encorpados, sem muito tanino,
como os vinhos do Languedoc-Roussillon. No caso do Comté, o vin jaune local,
principalmente o fantástico Château-Chalon, faz o acordo regional perfeito.
- Queijos de massa seca como Port-Salut, Saint-Paulin,
Tommes, Saint-Nectaire e Cantal gostam de vinhos ligeiros, frutados e secos
como os da Provence e do Loire, além de champanhe e outros espumantes
franceses.
- Os queijos, digamos, mais “violentos”, como Munster,
Pont-l'Evèque, Coeur d’Arras e Epoisses, cujo odor é sentido a dezenas de metros,
pedem brancos mais aromáticos e com certa doçura, para contrabalançar o
“ataque”. Caso do gewurtztraminer, do muscat da Alsácia, do pinot blanc. Mas,
se for partir para a briga, suspire fundo e lance o contra-ataque com tintos
vigorosos, como o Cahors, os grandes do Rhône (Hermitage, Crozes-Hermitage,
Côte-Rôtie, Châteauneuf-du-Pape) ou mesmo alguns Bordeaux de respeito.
- E os gloriosos queijos azuis, como Roquefort, Bleu
d´Auvergne, Fourme d´Ambert, Bleu de Bresse, Bleu de Gex e outros, por serem
picantes, não se dão bem com o tanino dos tintos, preferindo a companhia meiga
dos vinhos doces naturais como Sauternes, Montbazillac, Rivesaltes,
Beaumes-de-Venise ou fortificados como Maury e Banyuls.
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